Loof Carousel - Pawtucket, RI
Quando era pequena adorava ver o parquinho de diversões chegando no bairro, montando os brinquedos naquele terrenão vazio que ficava ao lado da escola que eu estudava.
Era sempre em época de Primavera que eles apareciam e geralmente ficavam por la por pelo menos 2 semanas.
O tempo suficiente pra gente sonhar em passear nos brinquedos e comer pipoca quentinha, cheirosa, saída daqueles carrinhos com um senhor com cara de vovô servindo a gente. Eu sempre ficava na dúvida, se pegava a pipoca salgada ou a doce. A salgada era cheirosa demais, mas a doce, ah...a pipoca doce...sei la, tinha algo de encantador naquela coloração avermelhava do melado que eles adicionavam. Só podia optar por uma delas, salgada ou doce. Um pacotinho pequeno, pois minha mãe sempre foi super regrada conosco. Doces e guloseimas estavam longe do nosso cardápio. Mas em dia de parque tudo bem, era dia de festa!
Lembrei-me destes momentos tão especias em que meu pai, todo orgulhoso, ia até a barraquinha de tickets e comprava uma tira enorme deles pra nós, eu e meus dois irmãos. A gente brincava naqueles carrinhos que ficam dando voltas, nas pescarias, nos avioeszinhos. Mas o que sempre me encantou de verdade era o carrossel.
Carrossel sempre foi algo mágico na minha cabeça de criança. Não era só mais um brinquedo, tinha algo de sonho, de surreal, de romântico. Talvez desde aquela época eu já tivesse a tendência de analisar os espaços, a arquitetura das coisas, vivenciar a arte.
O fato é que me realizei este final de semana quando levamos o Victor no Slater Memorial Park. Além das áreas verdes, playgrounds, lago de pescaria, mini fazendinha, eles têm um carrossel maravilhoso. Chama-se Looff Carousel, foi construído em 1895 mas ate hoje continua em funcionamento no parque, em Pawtucket.
Chegamos lá e o Victor estava tirando um cochilo no carrinho. Meu marido sentiu o cheirinho de pipoca e providenciei um saquinho pra ele ir comendo, enquanto comprava os tickets. A esta altura eu já estava encantada com o lugar e doida de vontade de dar uma volta. Acho que o baby sentiu minha ansiedade e acordou, meio perdido em meio a tantas luzes e músicas do lugar. O carrossel fica num espaço coberto, protegido das intempéries (e do frio, que por aqui é comum, ne?), o que torna tudo ainda mais intenso: As cores, os sons, os movimentos. Mas não é nada claustrofobico não...bem elaborado, o pessoal faz até festinha de criança la dentro, num espaco reservado pra isso.
Bom, quando o Victor acordou, tratei de ir logo pra fila, aliás deixei o pessoal todo entrar na frente e fiquei como a primeira da fila, pra próxima rodada. Queria pegar um carrinho especial pra ir com o pequeno, tive medo de colocá-lo num cavalinho, ele é pequetitinho ainda pra estas super aventuras.
A carinha de animação dele antes de entrarmos me deixou ainda mais no clima: Na hora senti uma sauade enorme da minha família que ta no Brasil, em especial do meu pai que ja se foi. Ele sempre fazia meus gostos e sei que muitas vezes eram os sonhos dele embutidos nos meus, como naquele momento marcante em que levei meu filho pela primeira vez num carrossel.
Quem tava mais feliz: Mamae ou o Victor?
Encantado, prestando atenção em tudo!
Até a hora que começamos a parar de girar...conforme ia parando, o Victor pulava no meu colo, acho que ele queria impulsionar o brinquedo pra rodar mais...rsrs
Após algumas voltas, o brinquedo parou de vez e pedi pro meu marido fotografá-lo no cavalinho (tomei coragem pra colocá-lo em cima de um deles!). E o resultado foi esse: O pequeno abriu a boca a chorar, em protesto! Não queria sair de jeito nenhum. Pode uma coisa dessas? :) Tem apenas 5 meses o garoto, ai Jesus...rs
"Não quero sair, mamãe...Buáaaaa!"
Depois se acalmou e fomos curtir as outras etapas da vida, com a mamãe feliz e realizada por estes pequenos mas tão apaixonantes momentos.
Bjs,